O ESPAÇO EM HISTÓRIA   (págs 8-10)

1. O espaço onde decorre a ação do homem é uma das causas do seu modo de organização.Por outro lado, o espaço, ao longo do tempo, ganha diferentes significados, como consequência da ação do Homem.

 

A GRÉCIA (ELEMENTO DO MEDITERRÂNEO)

 

_ predomínio da montanha

_ o mar está por todo o lado  (verdadeira via de comunicação)_ até ao período romano não tem uma verdadeira rede de estradas.

- existem muitas ilhas( importância dos cumes e  dos portos para escala dos navegadores)

_ planícies estreitas e clima extremo, pouco favoráveis à agricultura.

_O Mediterrâneo  são rotas por mar e por terra , unidas;é todo um sistema de circulação.Viajar pelo Mediterrâneo é encontrar no mundo romano no Líbano, a pré-história na Sardenha, o Islão turco na Jugoslávia.

-O  Mediterrâneo deve a sua unidade não só ao clima, à geografia e ao relevo mas, sobretudo, a uma rede de cidades e vilas.

 

A História  atualmente é considerada geográfica porque transpõe para o passado o problema que a geografia humana encara no presente:as relações entre o meio físico-biológico e as sociedades humanas.

 

A Hélade, região que denomina a grécia antiga, foi povoada por diversos povos ao longo da história antiga. 

 

O ESPAÇO, COM A ABERTURA DE “MAIS MUNDOS AO MUNDO”.

 

Os Descobrimentos portugueses(iniciados em 1434 com a passagem do Cabo Bojador), desencadearam a descompartimentação do mundo. De facto, as civilizações isoladas começaram, a partir daí,  a comunicar gradualmente umas com as outras, até chegar ao sistema de relações internacionais dos nossos dias, que designamos habitualmente por ALDEIA GLOBAL.

As navegações  do século XV provocaram, assim, uma Revolução Geográfica, alargando-se mercados e consumidores, modernizaram-se as redes de comércio e da economia, base da futura Revolução Industrial.

 

O TEMPO EM HISTÓRIA

 

Uma das operações principais da História é localizar a ação do Homem no tempo. A História pretende dar significado e sentido ao que  o Homem fez ao longo do tempo.Assim, a História caracteriza essas ações fazeno referência ao que mudou e continuou, definindo várias idades e  períodos.

O tempo em História é medido através de um sistema convencional de datas.Os historiadores dividem os segmentos de tempo não como “pedaços” de tempo, mas como acontecimentos, processos que estão relacionados entre si.

 

 

 

SÍNTESE (pág. 15)

O ESPAÇO EM HISTÓRIA:

 

É o contexto espacial onde decorre a ação humana.

O espaço condiciona o modo de organização dos povos da

     Humanidade.

O espaço, ao longo do tempo, ganha diferentes significados que se apresentam como consequência da ação do Homem.

 

O TEMPO  EM HISTÓRIA:

 

É a localização das ações do Homem no tempo.

Permite definir, de forma lógica e sucessiva, numa  

     cronologia, em que data ocorreram os acontecimentos.

Permite dar significado e sentido ao que o Homem fez ao longo

     do tempo, caracterizando as ações, assinalando o que mudou e

     continuou e definindo vários períodos, várias idades.

 

MÓDULO 1(Pág. 18)

 

Mapa_ modelo ateniense

 

Pág 20

Mapa

Págs 22 e 23

 

 

A  democracia antiga: os direitos dos cidadãos e o exercício de poderes.

 

A Hélade e a polis: origem e especificidades

 

Ao longo dos tempo, as margens do Mediterrâneo Oriental atraíram vários povos vindos da Europa de Leste.

 

No 2º milénio a.C., alguns desses povos fixaram-se no Sul da Península Balcânica e na Ásia Menor:

Os Aqueus, guerreiros e comerciantes que, influenciados pela civilização minóica, desenvolveram uma cultura notável( construção de  cidades muralhadas, como MICENAS e palácios ricamente decorados.

 

A partir do século XI a.C., novos invasores chegaram ao sul da península Balcânica, destacando-se os

DÓRIOS, povo guerreiro, que provocou guerras e destruições, levando parte da população a emigrar para a Ásia Menor.As guerras e o relevo montanhoso(que caracteriza o território grego)contribuíram para que a população se fosse dividindo em grupos independentes.No entanto, ao longo dos tempos,os Gregos, resultantes dos vários grupos que se foram fixando no seu território, foram ganhando consciência de que pertenciam ao mesmo povo: o povo heleno(como os Gregos se chamavam a si próprios) ou grego(designação que se vulgarizou quando os Romanos ocuparam a Grécia e que deriva do nome de uma pequena aldeia da península da Ática).

 

A HÉLADE GRÉCIA ANTIGA- estendia-se por uma vasta área geográfica, com diferentes configurações de relevo e clima, que se podem designar por:  Grécia  continental, Grécia Insular e Grécia asiática.  (HELENOS)

 

GRÉCIA  CONTINENTAL  - abrangia os territórios da Península Balcânica;

 

GRÉCIA INSULAR -  formada pelas inúmeras ilhas do mar Egeu, que eram um elo de ligação entre a Grécia  continental e a Grécia asiática;

 

GRÉCIA ASIÁTICA -   constituída pelos territórios da costa da Ásia Menor.

O crescimento populacional contribuiu para que muitos Gregos emigrassem, nomeadamente para o sul de Itália. Embora dispersos, os Gregos partilhavam a ideia de pertencerem a uma única cultura. Contudo, não tinham uma identidade comum absoluta, pois existiam, entre os Gregos, diferenças :

 

no dialeto;

na organização política;

no culto;

em alguns preceitos morais.

Mas todos partilhavam a  mesma cultura, isto é:

  a língua ;

  os valores;

os princípios de conduta.

No século VIII a.C. com o crescimento da população, as aldeias foram-se agrupando à volta dos aglomerados urbanos mais importantes de cada região: as PÓLIS.

 

A Palavra PÓLIS (da qual derivam palavras como “política”-arte de governar o Estado-ou “polícia”-ordem imposta pelos governantes na PÓLIS) significa uma cidade que se governava a si mesma – autogoverno-em que os cidadãos resolviam os seus problemas diretamente.Para ser considerada como PÓLIS , a cidade –estado teria de cumprir determinadas condições:

ter território;

ter leis próprias;

um número de cidadãos que permitisse a sua

      autossuficiência(autarcia).

AUTARCIA -  CAPACIDADE DE UMA CIDADE SE BASTAR A SI PRÓPRIA, DE SER AUTOSSUFICIENTE.

 

AUTOGOVERNO - MODO DE SE REGER DE FORMA AUTÓNOMA, CRIANDO AS SUAS PRÓPRIAS LEIS E INSTITUIÇÕES.

 

 

A PÓLIS deveria ter mão-de-obra suficiente para as exigências de uma vida civilizada, com regras de organização social e defesa.

 

 

 

Atenas era a mais populosa das POLIS da Grécia Antiga.Os residentes de Atenas viviam na Ática (cerca de 1500km2).

 

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA PÓLIS DE ATENAS(LOCAIS)

 

 Região agrícola;

 Região montanhosa;

ACRÓPOLE -  centro religioso e  político

ÁGORA -  centro das atividades  quotidianas, comerciais, sociais e

       políticas.

Porto de mar, o porto de PIREU.

 

PÓLIS AGLOMERADOS URBANOS MAIS IMPORTANTES DE CADA REGIÃO,À VOLTA DOS QUAIS AS ALDEIAS SE FORAM AGRUPANDO, A PARTIR DO SÉCULO VIII A.C., DEVIDO AO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

 

O povo grego   assistiu a vários momentos de insegurança, o que  levou os gregos a criar um espaço protegido com muralhas e situado num local alto da cidade, que lhes permitisse uma melhor defesa em caso de necessidade. As cidades gregas cresciam, assim, em redor deste local chamado ACRÓPOLE.

A ACRÓPOLE era o centro religioso e político da cidade-estado.

Embora inicialmente vivessem aí algumas das pessoas mais importantes da cidade, com o passar do tempo a ACRÓPOLE tornou-se na “residência” dos deuses, situando-se aí os templos.

A ACRÓPOLE era, assim um local de culto, para onde os crentes se encaminhavam em grupo, nas procissões, ou individualmente, para honrar os seus deuses com oferendas.

 

Era, no entanto, principalmente na ÁGORA, ou praça pública, que se desenvolvia a vida comercial, política e social da cidade. Neste local, menos elevado da cidade, realizavam-se as atividades quotidianas, sobretudo ao ar livre:

o mercado;

os debates políticos;

os momentos de convívio.

 

 

Na ÁGORA  existiam algumas construções:  

 

os pórticos(stoas) - que protegiam do sol e do calor;

templos e altares – para o funcionamento dos órgãos de governo da

     cidade.

 

A partir da ÁGORA, estendiam-se várias ruas e habitações.As cidades cresceram inicialmente de forma natural e sem qualquer planificação.Os cidadãos conduziam os negócios públicos, as cerimónias religiosas e elaboravam as leis que os Gregos respeitavam. O poder da POLIS exercia-se sobre todos e sobre tudo.


 

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Atenas , entre os séculos  V e IV a.C.(período clássico), foi um exemplo para a HÉLADE, em termos de organização política.Assistiu-se a um longo caminho de reformas até  se implementar uma nova forma de governo, a DEMOCRACIA DIRETA, que se revelou frutífera, passando a PÓLIS ateniense a ter instituições democráticas.

 

Entre  os séculos VII e V a.C. existiram 3 formas de governo em Atenas:

 

Oligarquia

Tirania

Democracia

OLIGARQUIA 620 -561 a.C.

Poder político exercido por alguns aristocratas ricos.

LEIS DE DRÁCON_  leis escritas(620 a.c.)

LEIS DE  SÓLON abolição   da escravatura de cidadãos por dívidas; abertura da ECLÉSIA (Assembleia) a todos os cidadãos; atribui-se-lhe a criação da BULÉ (órgão de preparação de leis) e do HELIEU(tribunal)

595-594 a.C.

 

 

 

TIRANIA  546 a.C.- 510 a.C.

Poder político exercido por uma pessoa, que tem poder ilimitado, mas que deve respeitar a  vontade do seu povo.

546 -510 a.C.

TIRANIA DE PISÍSTRATO  e seus filhos; os orgãos  de governo mantém-se, mas sob controlo de um tirano.510 a.C.  Tentativa frustrada da aristocracia contra a tirania.

DEMOCRACIA  508 a.C. – 455 a.C.

Poder político exercido pelos cidadãos, através do seu voto.

508-507 a.C.

REFORMAS DE CLÍSTENES

Divisão do corpo cívico em 10 tribos (DEMOS); escolha, por sorteio, de 500 cidadãos para a BULÉ; criação do OSTRACISMO;maiores poderes para a ECLÉSIA.

455 a.C.

PÉRICLES – primeiras mistoforias(remuneração de cargos públicos), promovendo a igualdade de participação e desempenho de funções políticas – ISOCRACIA

PÉRICLES  “A nossa administração favorece a maioria em vez da minoria: é por isso que é chamada uma  democracia

 

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A DEMOCRACIA ATENIENSE: PRINCÍPIOS E MODO DE  ORGANIZAÇÃO

 

O sistema democrático do governo de Atenas do século V a.C. foi o resultado de um longo percurso político. Inicialmente a PÓLIS foi governada por um conjunto de ricos proprietários que formavam uma OLIGARQUIA, ou seja, o governo era controlado por uma elite rica. Devido a várias revoltas populares  e com a implementação de várias reformas de organização política e social, a aristocracia grega perdeu poder: 1º durante o período de TIRANIA de PISÍSTRATO e seus filhos (546 – 510 a. C.) e depois com a concretização da igualdade política de de todos os cidadãos independentemente da sua fortuna(no final do século VI a.C.). 

Em Atenas, a comunidade era a única fonte da lei. A sua liberdade

estava garantida através da:

 

ISONOMIA

ISOCRACIA

ISEGORIA

 

 

 

 

 

 

 

 

ISONOMIA

Igualdade dos cidadãos perante a lei, garantindo que todos os cidadãos, independentemente do prestígio e da sua riqueza, tinham os mesmos direitos e deveres, regulados pela lei

ISOCRACIA

Direito de todos os cidadãos poderem aceder, em pé de igualdade, a qualquer cargo político, todos podendo (e devendo) participar diretamente nas decisões tomadas em conjunto através do seu voto.

ISEGORIA

Igualdade  e liberdade de uso da palavra.

Estes princípios de igualdade de participação  perante a lei conduziram a uma forma de governo designada por DEMOCRACIA(DEMOKRACIA).Democracia deriva da palavra DEMO (POVO) + KRATIA (GOVERNO) e significa a forma de governo pelo povo no seu conjunto.

 

Primeiros reformadores:

 

SÓLON( 638 – 558 a.C.) 

teve  um papel importante no enfraquecimento  do sistema arcaico de governo  dominado totalmente pelas famílias aristocráticas.

Tentou criar um novo equilíbrio  social através da participação dos cidadãos, nomeadamente dos pequenos e médios proprietários, abolindo a escravatura por falta de pagamento de dívidas.

 

CLÍSTENES ( 570 – 492 a.C.)

 

considerado um verdadeiro democrata, por ser o criador de instituições que retiraram à aristocracia poder e privilégios.

Reorganizou os DEMOS (subdivisões territoriais da Ática), de forma a englobar aristocratas e membros de grupos sociais mais humildes.De cada um destes DEMOS, eram sorteados, anualmente, cidadãos para os diferentes órgãos políticos.

 

No seguimento das Reformas de Clístenes ( e de EFIALTES, que prosseguiu no mesmo sentido antes de ser assassinado em 461 a.C.), PÉRICLES,no século V a.C., instaurou definitivamente a democracia em Atenas, através da criação de uma remuneração , as MISTOFORIAS, para compensar  os cidadãos que tinham de deixar a sua ocupação habitual para se dedicarem a cargos públicos.Esta foi mais uma forma de garantir a igualdade de oportunidade de participação e exercício de cargos entre os cidadãos,mesmo os mais pobres.Assim, a real igualdade de direitos na defesa direta e pública das suas opiniões estava assegurada(ISEGORIA).

 

A Democracia Ateniense seguia o modeo da democracia antiga. Era uma democracia direta em que os cidadãos participavam sem qualquer intermediário que representasse a sua vontade ou a sua opinião.

O principal órgão era a assembleia dos cidadãos – Eclésia, com funções legislativas e deliberativas. Na Eclésia votavam-se as leis, decidia-se da paz e da guerra, apreciava-se a atuação dos magistrados e tomavam-se as decisões necessárias à administração da PÓLIS. Os cidadãos votavam, normalmente, com o braço no ar, embora por vezes a votação pudesse ser secreta. Reuniam-se ao ar livre, três a quatro vezes por mês, contando com cerca de seis mil participantes.

A BULÉ, ou Concelho dos quinhentos, contava anualmente com quinhentos membros sorteados (50 por cada um dos 10 Demos) e preparava grande parte das propostas debatidas na Eclésia (os prouboulema – origem da palavra «problema»). Assim, a BULÉ propunha leis a serem votadas na ECLÉSIA, fiscalizava a ação dos magistrados e dirigia a diplomacia. Para além destes órgãos a democracia Ateniense contava na sua organização com magistrados que tinham funções distintas:

- Os ARCONTES

- Os ESTRATEGOS

Os ARCONTES eram sorteados (um por cada tribo) e desempenhavam funções religiosas e judiciais. Organizavam as cerimónias religiosas, fúnebres e eram presidentes dos tribunais;

Os ESTRATEGOS desempenhavam funções militares, comandavam a marinha e o exército e eram os únicos magistrados eleitos pela sua competência. A justiça era assegurada pelos cidadãos através de dois tipos de tribunais:

- O AREÓPAGO, que julgava crimes comuns e de sangue

-  O HELIEU, tribunal de crimes comuns.

 

 

 

AS ESPECIFICIDADES DA DEMOCRACIA ATENIENSE

 

A Democracia Ateniense do Século V a.C. carateriza-se pela participação direta dos cidadãos nas decisões políticas. No entanto, na Pólis de Atenas em meados do Século V a.C. a cidadania era restrita a um grupo específico de Atenienses. No tempo de Péricles, definiu-se que só seriam CIDADÃOS os filhos legítimos do género masculino com mais de dezoito anos e filho de pai e mãe Atenienses. Só os Cidadãos podiam e deviam participar na vida política e possuir bens como casas ou terras. Para além da vida política os Cidadãos dedicavam-se às suas propriedades, ao seu ofício e, por vezes, ao investimento em escravos. Os Cidadãos eram a minoria da população Ateniense correspondendo a apenas 13% da população na segunda metade do século V a.C. A maioria da população não tinha o direito de participar na Democracia Ateniense: Os Escravos, Os Metecos e as Mulheres.

Os ESCRAVOS eram o grupo mais numeroso da população Ateniense. Eram considerados como propriedade de alguém ou do Estado. Na sua maioria eram estrangeiros – prisioneiros de guerra ou oriundos dos mercados de escravos da Ásia Menor – desempenhavam várias funções: trabalho doméstico, trabalho artesanal ou trabalho braçal, nomeadamente nas minas. Os que desempenhavam funções domésticas tinham uma vida menos penosa e eram, por vezes, estimados pela família onde trabalhavam, podendo também ser contratados como artesãos, recebendo um salário que tinham de partilhar com o seu amo. Os escravos que faziam trabalhos braçais enfrentavam piores condições de vida. A escravatura era então considerada como algo natural e legítimo embora esta visão fosse já contrariada por algumas vozes como é o caso de Eurípides que, nas suas peças teatrais considerava que o escravo não era uma mercadoria ou um animal, mas uma pessoa.

 

Os METECOS não eram naturais da cidade onde residiam, embora pudessem ser originários de outras Pólis da Hélade sendo, por isso, considerados como «Estrangeiros». Não tinham o direito de participar na vida política, de casar com Atenienses nem de possuir bens, mas tinham de pagar um imposto (metécio) e de prestar serviço militar. Podiam recorrer aos tribunais, se fossem representados por um cidadão e participar nas festas religiosas. Economicamente contribuíam para a Pólis, dedicando-se à produção artesanal, ao comércio e ao empréstimo de dinheiro.

 

As MULHERES  dos Cidadãos tinham como uma das suas funções a educação dos filhos e, portanto, contribuíam para a formação do cidadão. Contudo, não tinham direito de Cidadania. Eram considerados seres mais frágeis, primeiro dependentes do pai, depois do marido e, no caso de enviuvarem, ficavam sobre a proteção do filho mais velho ou do parente do género masculina mais próximo.

Os não cidadãos eram vistos pelos cidadãos como sofrendo de várias incapacidades e estavam totalmente sujeitos à autoridade do Estado onde residiam. Os Cidadãos através da sua participação direta e usando o direito à palavra tudo decidiam. Revelavam-se como fortes armas na Democracia Ateniense a ORATÓRIA e a RETÓRICA. A Oratória era a arte de bem falar em público e a retórica a arte de convencer os outros. Na formação do Cidadão estas duas artes eram muito importantes para que este, na Eclésia dominasse o debate político com brilhantismo.

No entanto o domínio da palavra poderia conduzir o DEMOS a decisões que fossem contra o saudável governo da Pólis. Assim, a DEMAGOGIA, isto é, «levar» o povo a uma determinada decisão utilizando promessas irrealizáveis, mas agradáveis, era um artifício que no século V a.C., em Atenas, se tentou combater através da «graphê paranomon». Esta medida consistia num processo público contra aquele que era acusado de ter cometido um crime contra o Estado (por exemplo, ter proposto uma lei danosa na Eclésia) e que tinha como pena o afastamento da Cidade por um determinado período de tempo. Este processo tanto poderia ser realizado antes ou depois da aprovação da mesma lei. Também para minimizar a proeminência de alguns cidadãos com melhor dom da palavra foi criado o OSTRACISMO. Anualmente, os Cidadãos reuniam-se na Ágora e escreviam o nome de um cidadão numa placa de barro, o OSTRAKON. Se o nome de um cidadão fosse escrito por 5.000 outros cidadãos, aquele seria condenado a deixar a cidade por dez anos (era Ostracizado), embora mantivesse os seus bens e direitos políticos quando regressasse.

Estas eram medidas que pretendiam permitir o bom funcionamento da Democracia. A responsabilização pelos atos de cada um dos Cidadãos na vida política e a prestação de contas, por exemplo dos magistrados, eram formas de garantir que o poder não seria manipulado por uma só pessoa ou grupo.

 

 

UMA CULTURA ABERTA À CIDADE

 

A civilização Grega destacou-se pela sua originalidade e profunda relação com o espaço que habitava. Atenas apresentava um extraordinário desenvolvimento no campo Político, Filosófico e Cultural. Valorizava-se uma educação completa e uma formação de Cidadãos perfeitos. Era um ideal de vida, a ARETÊ, que definia o Homem como ser racional e responsável pelas suas decisões.

 

As grandes manifestações cívico-religiosas: o culto cívico e as Pan-Ateneias

 

O espírito Grego era marcado pelo sentimento de Universalidade. Apesar dos Gregos procurarem a Unidade e a Ordem do Universo, essa condição não se refletia a nível religioso. Em vez do Monoteísmo, os Gregos praticavam um POLITEÍSMO estabelecendo uma relação com os Deuses: a vida na Terra estava sujeita a poderes externos que eram incapazes de dominar e, desta forma, deviam manter boas relações com os Deuses. Havia ainda outras forças na Terra que os protegiam, como os Deuses da família, do lar e da tribo. A todos eles se devia oferecer sacrifícios, de forma a não os desagradar. Assim a identidade cultural dos Gregos era marcada pela sua RELIGIOSIDADE. O CULTO SAGRADO estava presente no seu quotidiano, sendo dada importância ao cerimonial que tinha como finalidade a veneração divina. No calendário anual eram assinaladas as festividades em honra dos Deuses e a vida quotidiana regia-se por estes acontecimentos. Exemplo disso era o culto a Atena Deusa protetora da Cidade de Atenas. Todos os habitantes (Cidadãos e não Cidadãos) participavam nos rituais religiosos. A dimensão religiosa unia-se à dimensão política: não se prestava apenas homenagem aos Deuses mas desenvolvia-se um pensamento cívico fortalecendo o espírito da comunhão e celebrando o verdadeiro sentido de Comunidade, em que todos eram valorizados. Era, verdadeiramente, uma Cultura Democrática.

A preparação das festividades ficava a cargo dos Cidadãos, nomeadamente magistrados ou Cidadãos ricos que, se necessário, suportavam os custos. Habitualmente as comemorações incluíam uma procissão, um sacrifício e um banquete. Isócrates, autor Grego, afirmava que a Cidade de Atenas era a Cidade os festivais. Daí se conhecem os festivais Áticos celebrados na planície da Ática e dos quais se distinguem dois espetáculos: as Pan-Ateneias, em honra da Deusa Atena e as Grandes Dionisias, em honra do Deus Dionísio.

Entre os Helenos, o convívio fazia-se através de cerimónias mas também de competições. Estas celebravam os Deuses e heróis e incluíam provas de agilidade física, teatro, música e política. As festas religiosas eram um verdadeiro acontecimento cultural expressando-se assim o mais profundo orgulho da cidade a que se pertencia. Se Atena, Deusa da sabedoria e da Guerra tinha honras em toda a Hélade, na cidade de Atenas tinha um culto distinto pois para além de protetora era um exemplo a seguir pela sua valentia e inteligência.

PAN-ATENEIAS

A palavra Grega Pan-Ateneias significa «festa de conjunto a Atena».

Esta festa efetuava-se anualmente sob a forma de uma procissão em honra da Deusa, mas com maior solenidade de 4 em 4 anos, no terceiro ano de cada Olimpíada (período de 4 anos entre cada celebração dos jogos Olímpicos). O dia culminante entre 20 e 30 de Julho era precedido de uma vigília. A procissão principiava ao nascer do sol e tinha a duração de duas semanas. Ao longo do tempo foi adquirindo uma dimensão Pan-Helénica (Pan = todos; Helénica = povos da Hélade), unindo os Helenos. Atenas era palco de concursos de dança, música e provas desportivas. O grande momento das festividades culminava com a procissão, em que a cidade presenteava a Deusa com novo peplo – peça de vestuário feminina que incorporava uma túnica e manto - , bordado pelas donzelas da melhores famílias Atenienses

 

AS GRANDES MANIFESTAÇÕES CÍVICO-RELIGIOSAS: AS GRANDES DIONÍSIAS E OS JOGOS

 

O teatro nasceu na Grécia e estava ligado às manifestações de homenagem ao deus Dionísio (as Grandes Dionísias), que eram celebradas em Março e tinham a duração de 6 dias. Esta iniciativa era pública e era o governo que, meses antes, recolhia os guiões e selecionava aqueles que lhe pareciam melhores. Depois era escolhido um COREGO, que era o responsável pelo planeamento e execução das peças de teatro. Cada dramaturgo apresentava uma peça, perante um juri, que podia estar organizada em trilogia (três peças unidas pelo tema ou personagens principais) ou tetralogia (três tragédias que terminavam num drama satírico). O vencedor teria um lugar na História, pois o seu nome seria eternizado, o que seria mais importante do que o dinheiro ganho. Os dois géneros teatrais desenvolvidos foram a Tragédia e a Comédia. Na Tragédia destacaram-se três poetas:

 

Ésquilo (525-456 a.C.)

Sófocles (495-406 a.C.)

Eurípides (484-407 a.C.)

 

As suas obras apresentavam temas de caráter religioso e moralisador e demonstravam o relacionamento conflituoso entre os deuses ou entre os deuses e os homens.

Mais tarde surgiu a Comédia, com Aristófanes (445-385 a.C.). a Comédia procurava, através da sátira social, num tom anedótico, ridicularizar situações da vida quotidiana, costumes e hábitos de personalidades conhecidas, realçando os defeitos e despertando o riso mas sem esquecer as mensagens de caráter moral. Ao contrário da Tragédia, tinha sempre um final feliz, com o objetivo de fazer rir.

Durante a realização de jogos (festivais desportivos que tinham por objetivo homenagear os deuses) os Gregos sentiam também o reforço do espírito coletivo. Os jogos mais antigos e mais importantes destes festivais (776 a.C.) eram os Jogos Olímpicos, que ocorriam de 4 em 4 anos no santuário de Olímpia, em honra de Zeus. Os Jogos Olímpicos realizavam-se a par de outros jogos Pan-Helénicos, como os Jogos Nemeus, os Jogos Ístmicos ou ainda os Jogos Píticos. Os jogos favoreciam a União e a proclamação da Paz entre os Gregos.

Para os atletas, que só podiam ser Cidadãos homens ou adolescentes, vencer as provas era símbolo de prestígio. Os vencedores enriqueciam com dávidas que recebiam nas respetivas cidades: muitos eram nomeados Generais e os poetas eram pagos para celebrarem o nome dos atletas em verso. Assim, para além de um prémio simbólico, que consistia numa coroa de oliveira (ou louro) ou ânforas de azeite, o nome do vencedor ficava eternizado na memória do povo, prestigiando também a sua cidade.

 

 

 

 

 

A EDUCAÇÃO PARA O EXERCÍCIO PÚBLICO DO PODER

 

Os Gregos queriam criar uma sociedade ideal, para tal valorizavam a educação dos Cidadãos. Promoviam um Ensino Eclético, ou seja, um ensino que integrava várias áreas do saber, orientado para o pleno exercício de Cidadania.

O currículo escolar compreendia várias etapas interligadas: até aos sete anos os filhos dos Cidadãos eram educados em casa pelos pais. A partir dos sete anos seriam orientados de acordo com a função e posição que deveriam ocupar na sociedade: as raparigas permaneciam no Gineceu – divisão da casa reservada às mulheres - , estando ao cuidado da mãe e da ama; os rapazes iam à escola acompanhados pelo pedagogo habitualmente um escravo culto que orientava as suas atividades.

O Currículo incluía a escrita, a leitura e a aritmética. Após a aprendizagem elementar, o gramático, mestre da escrita e da leitura, iniciava os seus alunos na leitura dos poemas de Homero e de Hesíodo, que deviam recitar de cor. A recitação dos poemas pelos alunos servia para eles conhecerem as façanhas do Heróis e as suas lendas, incutindo-lhes coragem e sentido de honra e com o objetivo de transmitir valores de carater religioso e de tradições. Por outro lado procurava-se desenvolver nos alunos o gosto pelo belo, através da harmonia e do ritmo. Esta formação inicial incluia também a prendizagem de um instrumento musical, habitualmente a cítara.

Para além do desenvolvimento inteletual, os Gregos dedicavam parte do seu tempo à preparação física sob orientação do pedótriba. Aos 15 anos, os rapazes iniciavam a frequência do ginásio, num recinto apropriado chamado palestra.

Aos 18 anos, os Efebos Gregos (considerados ainda como adolescentes) deviam cumprir um serviço militar de dois anos e deviam iniciar os estudos em áreas do saber como a Filosofia, a Religião, a História, a Dialética, a Retórica, a Ética, a Política e as Ciências. Estas áreas do saber eram estudadas com os mestres filósofos que frequentavam Ginásios ou passeavam pela Ágora. Na educação da mente era importante o desenvolvimento de sabedoria (Sofia), ao nível da Ciência, da Moral, da Religião e da Governação Política. No Século V a.C. os filósofos mais famosos eram Protágoras e Sócrates. No Século IV a.C. consideram-se como mais famosos os filósofos Platão e Aristóteles, que foram fundadores da Academia e do Liceu, respetivamente.

Os Gregos acreditavam numa educação ao longo da vida, através da participação em pleno na vida Cívica, integrando os órgãos políticos, exercendo os seus deveres e direitos e promovendo o diálogo contínuo com a finalidade de um enriquecimento pessoal e cletivo.

 

A ARQUITETURA E A ESCULTURA, EXPRESSÃO DO CULTO PUBLICO E DA PROCURA DA HARMONIA

 

A arte Grega foi evoluindo, distinguindo-se três períodos diferentes:

- o Período Arcaico (entre 700 e 480 a.C.)

- o Período Clássico (entre 480 e 323 a.C.)

- o Período Helenístico (entre 323 a.C. até à época Cristã). Este período inicia-se com as conquistas de Alexandre Magno e termina com a conquista por Roma. A partir deste momento a arte Grega funde-se com a Romana.

 

Cada período reflete caraterísticas próprias:

- o Período Arcaico carateriza-se pela busca da ordem, do inteligível e da maturidade;

- o Período Clássico foi o momento da procura da plenitude, do idealismo e do naturalismo/realismo.

- o Período Helenístico marca o tempo do gosto pelo concreto, pelo individual e pelo singular.

O ponto mais alto do desenvolvimento artístico na Grécia Antiga corresponde ao período de ascensão de Atenas como grande potência, no período Clássico. Esse período ficou conhecido como «Idade de Péricles» (480-404 a.C.) e ao programa de edificação de obras de interesse coletivo, que favoreceu o desenvolvimento artístico e durante o qual se ergueram numerosos edifícios públicos: Religiosos, Administrativos e Políticos, destacando-se o Pártenon, na Acrópole, símbolo do poder e da glória de Atenas.

A construção dos edifícios públicos da Polis destinavam-se a cumprir uma função de natureza cívica e religiosa, dando resposta aos interesses coletivos e estéticos da sociedade, conciliando a dualidade Cidadania/Religiosidade.

 

O TEMPLO COMO MODELO DE PERFEIÇÃO E ORDEM

 

O Templo é o edifício mais caraterístico da Arquitetura Grega e simboliza a união do Povo Heleno. No entanto, outros edifícios, como Teatros, Estádios, Jardins e Praças Públicas, com os seus Pórticos e inúmeras estátuas foram concebidos para manifestações coletivas típicas da vida social da Cidades-Estado funcionando como eixo da vida comunitária Grega.

A Religião e o Culto representam um fator de união em todo o mundo Grego expressando-se de forma clara na Arquitetura Religiosa – Templos, Santuários, Oráculos e Túmulos – em que o Templo assume grande importância. Foi a primeira forma artística a aparecer e constitui o melhor testemunho das ideias de Ordem, Perfeição e Equilíbrio.

Por Ordem, entende-se a combinação específica de três elementos Arquitetónicos: Base, Coluna e entablamento do edifício, estruturados a partir de um conjunto de regras fixas, o Cânone, que define as medidas de cada um dos seus elementos (número, proporção e relações entre as partes). O templo, cuja principal função era abrigar a estátua da divindade, apresenta as mesmas caraterísticas em toda a Hélade, sendo a coluna o elemento estruturante que define os diferentes estilos: Dórico ou Jónico. As técnicas que presidem à sua construção assentam em princípios de harmonia e proporção. O templo Dórico, por exemplo, é feito de relações cuidadosamente pensadas muitas vezes simples entre a altura das colunas e os espaços entre os seus eixos. Os Arquitetos Gregos evidenciavam preocupações estéticas procurando atingir grande rigor, equilíbrio, ordem estética e formal. O Pártenon, principal templo da Acrópole de Atenas, é um exemplo da aplicação desse rigor técnico: nenhuma das suas linhas principais é absolutamente direita e os seus espaçamentos nem sempre são iguais.

Outros monumentos da Acrópole de Atenas de grande beleza são:

- o ERÉCTEION, o templo de Zeus Corinto e o pequeno

- Santuário de Atena Niké

As ordens Coríntia e Cariátide ou Atlante são variantes da Ordem Jónica.

 

 

A ESCULTURA: O REFLEXO DE UMA NOVA VISÃO DO MUNDO

 

O espaço público da Cidade Grega estava povoado de estátuas. Elas apareciam nos Templos, nos Pórticos, nos Jardins e nas Praças. As estátuas eram feitas para a glorificação de inúmeros Heróis,  de atletas que venceram nos Jogos, de façanhas de Deuses criados pelo Homem à sua imagem e semelhança.

Os temas principais da escultura Grega eram a representação da figura humana e de cenas da Mitologia. As principais caraterísticas da escultura Grega são a beleza, a proporção, a harmonia e o desejo de perfeição. Os assuntos que eram mais representados eram o Religioso e o Atlético, seguido do Político e do Funerário. Na escultura, consideram-se vários períodos:

 

- Arcaico (Séculos VII – VI a.C.), período em que predominavam figuras caraterizadas pela forma triangular da cabeça, com cabeleiras em cordas ou ondas e pela frontalidade numa fase mais primitiva. Na maturidade deste período surgiram figuras representando jovens nus, de pé, com os braços estendidos ao longo do corpo, os olhos fechados e uma perna ligeiramente à frente (Kouros ou Apolos). As figuras femininas, raparigas – Deusa (Koré), apresentavam-se vestidas, coloridas, de cabelos longos, com um leve sorriso, envoltas em túnicas e xailes que caíam em pregas irregulares. O Arcaico Tardio começou a libertar-se da Lei da Frontalidade, da Imobilidade e da Simetria. As figuras perderam rigidez, apresentando uma leve inclinação da cabeça e a simetria da face e os braços afastando-se progressivamente do tronco.

 

- Severo (Séculos VI – V a.C.). É um período de transição para a época Clássica. Deste período fazem parte o Auriga de Delfos, que representa um Jovem Vitorioso com uma tímida mobilidade: o rosto sereno e o olhar fixo em frente, conduzindo a sua quadriga. Outro exemplo deste período é o Poseídon, estátua masculina majestosa e harmónica com o braço direito estendido para lançar o tridente e o esquerdo levantado ao nível do ombro, sendo um belo exemplo de desdobramento de planos. O escultor mais importante desta fase de transição é Míron, que na sua obra O Discóbolo (da qual se conhece apenas uma cópia Romana apresentou um maior desdobramento de planos, introduzindo a noção de movimento evidente.

 

- Clássico (Séculos V a IV a.C.). Este período caraterizou-se pelo idealismo, serenidade, perfeição e delicadeza. O maior escultor Grego deste período, Fídias, notabilizou-se pelas qualidades técnicas no tratamento do pregueado e na transparência das vestes. Imprimiu força e majestade às suas obras, dando-lhes um caráter idealista e sobre-humano. Outro grande nome da época clássica foi Policleto, que executou uma estátua com as proporções que considerava ideais e sobre ela escreveu o Cânone – Tratado acerca das proporções do corpo Humano e da aplicação rigorosa de cálculos matemáticos.

No século IV a.C. a escultura Grega conheceu uma nova fase, marcada pelo aspeto gracioso e sedutor das estátuas, surgindo, pela primeira vez, o nu feminino. Lísipo estabeleceu um novo Cânone cujas proporções criavam um corpo mais esbelto, como é exemplo o Apoxiomeno, de elevado naturalismo. No Cânone de Policleto a altura da cabeça correspondia à sétima parte da altura total do corpo, dando origem a um ideal de atleta harmonioso e robusto.

Por sua vez Lísipo estabelece uma nova proporção fazendo corresponder à cabeça a oitava parte da altura da figura criando um novo ideal de figura masculina atlética, elegante e esbelta.

 

- Helenístico (séculos III – I a.C.). Este período caraterizou-se por um realismo expressivo, dramático e de efeito teatral. São exemplos deste período os Lutadores e o Grupo Laocoonte, que pretendiam narrar um acontecimento ou uma história. Nesta fase, juntou-se à temática narrativa cenas de género que representam a vida quotidiana, a velhice, a infãncia ou outros temas. O retrato também evoluiu nesta época para representações mais realistas. A obra prima deste período é considerada A Vitória de Samotrácia, representando a Deusa Vitória, figura de volumes bem acentuados, transmitindo uma sensação de tensão e movimento fortemente acentuados. Nos templos conjugava-se o trabalho do Arquiteto e do Escritor e o espaço era ocupado de acordo com a importância das personagens. As figuras mais importantes ocupavam o centro e estavam representadas de pé, adaptando-se as restantes à distribuição do espaço – podendo aparecer deitadas curvadas ou mesmo sentadas. Os assuntos relacionavam-se com a religião, prevalecendo os temas míticos da época Arcaica. A partir do Século VI a.C., quase todos os templos apresentavam frontões que contavam histórias relacionadas com batalhas, procissões, cenas de caça, corridas ou mesmo banquetes.

 

Horizonte da História

História A – 10º Ano – Volume 1

Alice Costa, Marília Gago, Paula Marinho