O INFINITO VERBAL

(The Infinitive)

(Ui in´finitiv)

 

 

 O infinito, em inglês, não exerce exatamente as mesmas funções que em português.

 

Em inglês, a forma do infinito – quer do infinito simples quer do infinito perfeito – é geralmente acompanhada da partícula «to»:

PERFEITO (tempo verbal) que exprime uma acção terminada no passado;

PRETÉRITO tempo de um verbo que indica uma acção decorrida em tempo passado;

IMPERFEITO (tempo verbal) que exprime um processo inacabado ou durativo, principalmente no passado;

 

 

To go ‘ir’, to sing ‘cantar’, to eat ‘comer’.

 

 

To have gone ‘ter ido’, to have sung ‘ter cantado’, to have eaten ‘ter comido’

 

 

Há, no entanto, casos em que o infinito aparece sem esta partícula.

 

 

O Infinito sem «to»

 

I must go now

Eu tenho de ir embora

 

 

You may come in

Tu podes entrar

 

 

He should work more

Ele deve trabalhar mais

 

 

They can speak French

Eles sabem falar francês

 

 

Quando precedido pelos verbos defetivos «shall», «will», «may», «can», «must» (quer usados como verbos principais, quer usados como auxiliares de modo) o infinito não é acompanhado de «to» (v. «Verbos Auxiliares Defetivos»).

 

 

I’ll make him work

Eu vou fazê-lo trabalhar

 

 

Please, let me go

Por favor, deixa-me ir

 

 

I bade him go!

Eu pedi-lhe (ordenei-lhe) que fosse

 

 

O mesmo sucede depois dos verbos «to make», «to let» e «to bid».

 

 

You need not move

You don’t need to move

Não precisas de te mover

 

 

I dare not shout

I don’t dare to shout

Não me atrevo a gritar

 

 

I need to go

Eu preciso de ir

 

 

I dare say

Atrevo-me a dizer (acho que)

 

 

Os verbos «to need» e «to dare» podem ocorrer na forma negativa sem o auxiliar «to do», como mostram os exemplos.

Quando tal sucede, comportam-se como os verbos defetivos «can», «may», etc., e o infinito que deles depende não leva a partícula «to». Defetivo - diz-se do verbo que se não conjuga em todas as formas do paradigma a que pertence.

Os mesmos verbos podem, no entanto, aparecer na forma negativa com o auxiliar «to do», comportando-se como verbos normais, caso em que o infinito que lhes completa o sentido é precedido de «to».

Na forma afirmativa, o infinito dependente destes verbos ocorre geralmente com a partícula «to», exceto em certas frases consagradas, como «I dare say», em que o verbo funciona ainda como anómalo.

 

 

I saw him run

Eu vi-o correr

 

 

We heard you sing

Nós ouvimos-te cantar

 

 

He felt something stir

Ele sentiu uma coisa mexer

 

 

I watched her go

Eu vi-a partir

 

 

Os chamados «verbos sensitivos», «to see», «to feel», «to hear» e seus sinónimos, são também seguidos de um infinito sem «to»

 

 

I’d rather pay now

Eu prefiro pagar agora

 

 

We’d better stop here

É melhor pararmos aqui

 

 

Depois das expressões «had rather», «would rather» e «had better», o infinito aparece igualmente sem a partícula «to». As contrações «I’d» e «we’d» estão por «I had» e «we had».

 

 

I intend to come and work with you

Eu tenciono vir trabalhar contigo

 

 

I came here to rest and amuse myself

Eu vim cá para descansar e divertir-me

 

 

Quando dois infinitos estão ligados pela conjunção «and», o segundo não leva a partícula «to».

 

 

 

 

Emprego Idiomático do Infinito

 

 

O infinito como substituto do modo conjuntivo:

 

 

I want you to come

Quero que tu venhas

 

 

I asked him to stay

Pedi-lhe que ficasse

 

 

He told me to help him

Disse-me que o ajudasse

 

 

We expected you to react

Esperávamos que reagisses

 

 

I advised her to wait

Aconselhei-a a que esperasse

Aconselhei-a a esperar

 

 

Note-se que só o último destes exemplos se pôde traduzir à letra. As traduções literais dos outros seriam «Eu quero-te para vir», «Eu pedi-lhe para ficar», «Ele disse-me para o ajudar», «Eu esperei-o para reagir» - traduções essas que não são corretas na nossa língua, sendo algumas inaceitáveis.

 

 

Portanto, quando um infinito funcione como complemento de verbos que signifiquem pedir, desejar, esperar, ordenar, aconselhar, suspeitar, etc. … traduz-se muitas vezes em português por um conjuntivo numa oração integrante. Oração integrante – oração que serve de complemento

 

 

Inversamente, quando é preciso traduzir para inglês uma oração integrante com o verbo no conjuntivo, dependente de um dos verbos mencionados, deve-se empregar, em vez do conjuntivo, um infinito, numa construção semelhante à dos exemplos.

 

 

Frases como estas podem-se pôr na voz passiva, em inglês (passiva idiomática), mantendo-se a mesma tradução portuguesa. O complemento indireto passa a servir de sujeito:

 

Quando temos de lidar com uma frase e descobrir se tem ou não tem complemento direto e indireto fazemos duas perguntas ao verbo dessa frase:

Para, numa frase, se descobrir o complemento direto faz-se a pergunta ao verbo: «o que».

Para se descobrir o complemento indireto, numa frase, faz-se a pergunta ao verbo: «a quem».

Exemplos

Qual o complemento direto desta frase: «Contruí uma casa». Fazendo a pergunta «o que» temos a resposta: Contruí o quê? Uma casa. Uma casa será, portanto, o COMPLEMENTO DIRETO.

Qual o complemento indireto desta frase: «Dou dinheiro aos pobres». Fazendo a pergunta «a quem» temos a resposta: Dou dinheiro a quem? Aos pobres. Aos pobres será, portanto o COMPLEMENTO INDIRETO.

Assim, sempre que tivermos que lidar com o complemento direto ou indireto, de uma frase, precisamos de nos lembrar das duas perguntas a fazer ao verbo dessa mesma frase.

Na frase: «Eu dou dinheiro aos pobres» o complemento direto é «dinheiro» e o complemento indireto é «aos pobres». Dou «o quê» e dou «a quem».

É importante.

Voz passiva: indica que a ação expressa pelo verbo é recebida pelo sujeito.

A voz passiva em inglês forma-se exatamente como em português, quer dizer, com o auxiliar ‘to be’ (ser) e o particípio passado do verbo principal.

 

I asked him to stay

He was asked to stay (by me)

 

 

He told me to help him

I was told (by him) to help him

 

 

We expected you to react

You were expected (by us) to react

 

 

I advised her to wait

She was advised (by me) to wait

 

 

Nota – Frases com o verbo «to want», nestas construções, não se mudam para a passiva (não se poderia dizer «you are wanted to come»).

 

 

Eu disse-te que não fosses

I told you not to go

 

 

Em casos semelhantes aos descritos anteriormente, a uma oração integrante negativa, em português, corresponde, na língua inglesa, um infinito precedido da partícula «not».

 

 

O infinito precedido de «as to»:

 

 

I’m not so stupid as to agree with that

Não sou tão estúpido que concorde com isso

 

 

They weren’t so clever as to understand the joke

Eles não foram tão espertos que entendessem a graça

 

 

Em orações que poderíamos chamar comparativas-consecutivas, o infinito precedido de «as to» corresponde em português a um verbo no modo conjuntivo (v. «O Conjuntivo em Orações Consecutivas»).

conjunção comparativa conjunção subordinativa que introduz uma oração que contém o segundo membro de uma comparação;

 

conjunção consecutiva conjunção subordinativa que introduz uma oração em que se expressa a consequência do que é declarado na oração principal;

 

 

O «split infinitive» (infinito separado):

 

 

I like to slowly walk down the stairs

Gosto de descer vagarosamente as escadas

 

 

He wants to entirely spoil my work

Ele quer estragar completamente o meu trabalho

 

 

Na linguagem falada de todos os dias, aparece muitas vezes um advérbio entre a partícula «to» e o «infinito». Esta construção não é considerada correta pelos puristas mas é bastante idiomática.

 

(Ainda por corrigir)